Introdução: O que é inovação aberta?
A “Inovação Aberta” é um modelo de gestão empresarial que promove o desenvolvimento disruptivo na empresa através da descentralização da sua mentalidade inovadora. Isso significa que a inovação é buscada através da criação de parcerias externas com outras pessoas e organizações.
Inovação Aberta: Uma Nova Mentalidade
A ideia por trás da inovação aberta é que nenhuma empresa, por mais capaz ou grande que seja, detém todo o conhecimento necessário para criar novas soluções, seguir tendências ou se reinventar. Portanto, abrir espaço para uma participação de fora, com outros agentes podendo contribuir com expertise, revela-se uma iniciativa inteligente.
Inovação Aberta e Colaboração
Esse modelo de gestão é voltado para a inovação e promove a colaboração com pessoas e organizações externas à empresa, propondo uma verdadeira ruptura cultural corporativa, buscando livrar-se da “mentalidade de silo” das empresas.
Inovação Aberta: Acelerando e Expandindo Mercados
Em resumo, a inovação aberta é a estratégia de acelerar e expandir mercados através da troca de conhecimento entre empresas.
Plataformas Digitais: A Base para Inovação
De uma forma prática, como exemplo, o dispositivo smartphone e o sistema operacional juntos se tornam o que chamamos de “plataforma digital”. Annabelle Gawer, professora do Imperial College e especialista mundial em plataformas digitais, dá a seguinte definição: Plataforma digital significa uma “Tecnologia ou serviço nuclear que une múltiplas partes e é usado por múltiplas firmas ou entidades externas, além de seu dono original e que tem um valor relativamente pequeno sem contribuições para inovações complementares de partes externas. Num sistema com estas características, o aumento permanente do número de complementares que adotam a plataforma aumenta o valor do sistema e funciona como uma barreira de entrada para outros sistemas concorrentes”.
Inovação Aberta, Plataformas Digitais e Música
Agora que já entendemos o conceito de inovação aberta e plataformas digitais, vejamos como isso se aplica à música. A primeira pergunta que precisamos fazer é: Como o universo musical pode se beneficiar destes conceitos, criando ecossistemas escaláveis e duráveis?
Inovação Aberta e Plataformas Digitais no Universo Musical
No contexto do universo musical, a aplicação dos conceitos de inovação aberta e plataformas digitais pode trazer diversas oportunidades para criar ecossistemas escaláveis e duráveis. Vamos explorar algumas maneiras pelas quais esses conceitos podem beneficiar a indústria musical:
- Colaboração com artistas e fãs: A inovação aberta permite que artistas e suas equipes colaborem com fãs, outros músicos, produtores e profissionais da indústria musical. Isso pode resultar em novas ideias para o desenvolvimento de músicas, experimentação de estilos diferentes e criação de conteúdos exclusivos. As plataformas digitais proporcionam um ambiente propício para essa colaboração, facilitando o compartilhamento de arquivos, feedback instantâneo e interação direta com os fãs.
- Acesso a talentos e recursos externos: Através da inovação aberta, as empresas do setor musical podem buscar talentos e recursos externos para impulsionar a criação e produção musical. Isso pode ser feito por meio de parcerias com outras empresas ou artistas, chamadas abertas para colaborações, concursos de remixes ou até mesmo a abertura de espaços para artistas emergentes mostrarem seu trabalho. As plataformas digitais desempenham um papel fundamental ao conectar pessoas e criar oportunidades de colaboração.
- Distribuição e alcance global: As plataformas digitais revolucionaram a forma como a música é distribuída e consumida. Com a inovação aberta, novas soluções podem ser desenvolvidas para expandir o alcance global da música, permitindo que artistas independentes sejam descobertos e alcancem audiências globais sem a necessidade de grandes estruturas de distribuição.
- Experiências interativas e personalizadas: A inovação aberta e as plataformas digitais possibilitam a criação de experiências musicais interativas e personalizadas. Por exemplo, os artistas podem usar tecnologias como realidade virtual, realidade aumentada e inteligência artificial para envolver os fãs em performances virtuais imersivas, oferecer conteúdos exclusivos e personalizados com base nos gostos individuais ou até mesmo permitir que os fãs participem ativamente da criação de músicas.
Conclusão
Em suma, a combinação da inovação aberta e plataformas digitais pode transformar o universo musical, proporcionando oportunidades de colaboração, expansão global, personalização e experiências únicas para artistas e fãs. Ao adotar esses conceitos, a indústria musical pode criar ecossistemas escaláveis e duráveis, impulsionando a criatividade, a diversidade e o sucesso de todos os envolvidos.
Referências:
- Chesbrough, H. (2003). Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology. Harvard Business School Press.
- Gawer, A. (2014). Bridging differing perspectives on technological platforms: Toward an integrative framework. Research Policy, 43(7), 1239-1249.
- Bogers, M., Zobel, A. K., Afuah, A., Almirall, E., Brunswicker, S., Dahlander, L., … & Hagedoorn, J. (2017). The open innovation research landscape: established perspectives and emerging themes across different levels of analysis. Industry and Innovation, 24(1), 8-40.
- Tschmuck, P. (2012). Creativity and Innovation in the Music Industry. Springer Science & Business Media.
- Wikström, P. (2010). The music industry: Music in the cloud. Polity.